Interessante e pertinente texto extraído da página do facebook “Odontologia do Sono“, do Dr. Walter Silva Jr.
Vale a leitura!
Instituído inicialmente nos EUA por Benjamim Franklin, o horário de verão se espalhou por vários outros países. No Brasil começou em 1.931 mas a partir de 1.985 que é utilizado com frequência.
Com o objetivo de economizar energia aproveitando mais a luminosidade emitida pelo sol, adiantar o relógio em 1 hora tem também consequências danosas ao organismo.
Pesquisadores suecos notaram um aumento de 5% nos infartos nas 3 primeiras semanas da mudança de horário.
Outros estudos atestam um maior número de acidentes de carro devido à baixa concentração ocasionada por tempo de sono insuficiente.
O fato é que muito tem se estudado para verificar as impactantes implicações em determinados indivíduos.
Será que a economia de energia justifica esse desfecho negativo sentido por muitos?
Um extenso trabalho realizado com 12.467 pessoas no Brasil (ref. 1) avaliou se a mudança levava a algumas queixas.
Cerca de 45% dos pesquisados relatavam desconforto com o novo horário. Desses, cerca de 28% passaram todo o período do horário de verão sem conseguir se adaptar.
Algumas queixas como falta de concentração – as primeiras aulas não são absorvidas pelos estudantes -, prejuízo na realização das atividades domésticas, atraso no trabalho e queda de produtividade são alguns exemplos citados.
O nosso colega Miguel Meira E Cruz publicou uma carta (ref. 2) enfatizando que mesmo somente a alteração de 1 hora é capaz de gerar desfechos cardiovasculares impactantes. O documento traz também a relação da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) com alterações cardiometabólicas, onde a hipóxia intermitente associada à ativação do sistema simpático podem levar à resistência insulínica e danos às células betas do pâncreas.
Ref. 1
Louzada, John Fontenele Araujo & Mario Pedrazzoli (2017): Self- reported discomfort associated with Daylight Saving Time in Brazilian tropical and subtropical zones, Annals of Human Biology
Ref. 2
Meira e Cruz, M., & Acuña-Castroviejo, D. (2018). Cardiometabolic impact of changing internal time during daylight saving time: a window for a deleterious role within sleep-related breathing disorders.
Internal and Emergency Medicine.
Sabemos o quão grave é o quadro da SAHOS e suas comorbidades e suas influências na Saúde geral dos indivíduos. No 2º Simpósio sobre ronco e apneia do Sono de Araçatuba, dia 10.11 próximo, muitos desses temas serão apresentados e discutidos.
Venham participar com a gente. Esperamos vocês!